Data: 04-10-2011
Criterio: D2
Avaliador:
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG: Marcelo
Especialista(s):
Justificativa
Espécie registrada em cinco locais de coleta que foram considerados situações de ameaça distintas. É endêmica do Parque Nacional da Serra da Canastra. A perda de hábitat é a principal ameaça, já que está registrada a ocorrência de apenas duas subpopulações. Enquadra-se na categoria "Vulnerável" (VU).
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Actinocephalus claussenianus (Körn.) Sano;
Família: Eriocaulaceae
Sinônimos:
Segundo Biodiversitas (2005) a espécie é conhecida somente por 2 populações, sendo uma dentro do Parque da Serra da Canastra e outra fora da área de conservação, no entorno.
A espécie ocorre no bioma Cerrado, exclusivamente no estado de Minas Gerais (Giulietti et al., 2010).Oriani et al. (2005) citam registro da espécie para Costa Sena e Morro do Catete e Scatena et al. (2005) citam registro para São Roque de Minas. Segundo Biodiversitas (2005), a espécie ocorre em apenas 2 localidades (local/município): Serra da Canastra e São Roque de Minas em altitudes superiores a 900m.
As Eriocaulaceae constituem a comunidade herbácea dominante nos Campos Rupestres, crescendo principalmente nos solos arenosos, juntamente com Gramineae, Cyperaceae e Xyridaceae (Menezes; Giulietti, 1986 apud Scatena; Rocha, 1995). A maioria das espécies ocorre em solos arenosos úmidos ou secos, de pH ácido. A família é caracterizada pelo hábito em roseta (morfologicamente) de onde partem escapos, portando inflorescências do tipo capítulo, talvez a característica mais importante da família (Bosqueiro, 2000). Segundo Giulietti e Hensold (1990) as inflorescências de Eriocaulaceae são monóicas, constituídas por pequenas flores díclinas.
1.1 Agriculture
Severidade
high
Detalhes
De acordo com Costa et al. (2008), representantes de Eriocaulaceae ocorrem, na sua grande maioria, em áreas de campo rupestre, nos campos entre os afloramentos rochosos em meio a uma matriz graminóide. Estas áreas na região da Cadeia do Espinhaço têm sofrido enorme pressão agrícola e pecuária. Grandes e pequenas propriedades têm cada vez mais avançado sobre estas terras na intenção de expandir as pastagens e as áreas de cultivo, inclusive com uso de fogo. Outro problema muito frequente é a atividade de empresas mineradoras. Além do grande impacto que causam no ambiente como um todo, em geral seu modo de operação consiste, de início, justamente na retirada das camadas superficiais do solo, sobre as quais encontram-se instaladas as espécies herbáceas. A distribuição geográfica das espécies, geralmente restrita a pequenas áreas, associada à destruição do habitat (fogo, garimpo, mineração, expansão da agricultura e pecuária) e ao extrativismo de semprevivas, contribuem para que Eriocaulaceae seja uma das famílias mais ameaçadas dos campos rupestres do estado de Minas Gerais (Costa et al., 2008).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade
very high
Detalhes
Entre o século 16 e a década de 1960, os Campos Rupestres naturais do estado de Minas Gerais foram reduzidos de 29.000 para 5.000 km² (Magnanini 1961 apud Alves et al. 2007).
1.1.1 Crop
Incidência
local
Severidade
high
Detalhes
As Fazendas Trijunção vem sendo rapidamente ocupadas por monoculturas, com destaque para a soja e cultivos irrigados (Ribeiro et al., 2001).
4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: Parque Nacional da Serra da Canastra (Biodiversitas, 2005)
1.2.1.2 National level
Situação: on going
Observações: Considerada Vulnerável (VU) Anexo I da Instrução Normativa nº 6, de 23 de Setembro de 2008 (MMA 2008).
- SANO, P. T. Actinocephalus (Körn.) Sano (Paepalanthus sect. Actinocephalus), a New genus of Eriocaulaceae, and Other Taxonomic and Nomenclatural Changes Involving Paepalanthus Mart. Taxon, v. 53, n. 1, p. 99-107, 2004.
- SCATENA, V. L.; ORIANI, A; SANO, P. T. Anatomia de Raízes de Actinocephalus (Koern.) Sano (Eriocaulaceae). Acta Botânica Brasílica, v. 19, n. 4, p. 835-841, 2005.
- ORIANI, A.; SCATENA, V. L.; SANO, P. T. Anatomia das Folhas, Brácteas e Escapos de Actinocephalus (Koern.) Sano (Eriocaulaceae). Revista Brasileira de Botânica, v. 28, n. 2, p. 229-240, 2005.
- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.
- ORIANI, A.; SCATENA, V. L. Intracellular Papillae of Actinocephalus (Eriocaulaceae-Poales) Roots and their Interaction with Fungi: A Light and Transmission Electron Microscopy Study. Micron, v. 38, p. 611-617, 2007.
- RIBEIRO, J. F.; FELFILI, J. M.; WALTER, B. M. T. ET AL. Caracterização Florística e Potencial de Uso das Espécies Vasculares Ocorrentes nas Fazendas Trijunção, BA. Embrapa Documentos, n. 46, p. 48, 2001.
- TANNUS, J. L. S.; ASSIS, M. A. Composição de Espécies Vasculares de Campo Sujo e Campo Úmido em Área de Cerrado, Itirapina - SP, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, v. 27, n. 3, p. 489-506, 2004.
- TANNUS, J. L. S. Estudo da Vegetação dos Campos Úmidos de Cerrado: Aspectos Florísticos e Ecológicos. Tese de Doutorado. Rio Claro - SP: Universidade Estadual "Júlio de Mesquita Filho", 2007.
- SCATENA, V. L.; ROCHA, C. L. M. Anatomia dos Órgãos Vegetativos e do Escapo Floral de Leiothrix crassifolia (Bong.) Ruhl., Eriocaulaceae, da Serra do Cipó - MG. Acta Botânica Brasílica, v. 9, n. 2, p. 195-211, 1995.
- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.
CNCFlora. Actinocephalus claussenianus in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Actinocephalus claussenianus
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 04/10/2011 - 13:12:50